Antigo Bairro Judaico

A presença judaica na Guarda está documentada desde o século XIII e seria uma das mais importantes da Beira Interior. Localizava-se na Paróquia de S. Vicente, no interior do perímetro amuralhado, próximo dos principais eixos viários da cidade medieval, nomeadamente a Rua de S. Vicente, a antiga Rua Direita e o Largo de S. Vicente, locais de grande circulação, que permitiam e facilitavam o desenvolvimento da atividade comercial dos membros desta comunidade. Uma das referências mais importantes era a, Sinagoga, instalada numa habitação aforada ao monarca. Desenrolavam-se aí algumas das atividades mais importantes da comunidade, ora práticas religiosas, ora reuniões para discutir assuntos de interesse comum. Desde sempre localizado no interior da cidade amuralhada, ainda hoje aí existe o antigo bairro judeu de cunho educativo ou até judicial. A dinâmica da comunidade judaica da Guarda oferecia toda uma série de serviços à população: alfaiates, sapateiros, curtidores, ferreiros, tecelões, tosadores, físicos, cirurgiões, ourives, carpinteiros e esmaltadores, como o indicia a arquitetura das casas, com dois pisos – o térreo destinado ao comércio e o 1º piso à habitação, e a existência de duas portas, uma larga para o negócio, outra estreita para a família.

O artigo "A Judiaria da Guarda – textos e contextos" apresenta um estudo multidisciplinar da Judiaria da Guarda durante a época medieval. A mais antiga presença judaica registrada na cidade remonta a 1295, com numerosos documentos fazendo referência à comunidade judaica até ao Édito de expulsão/conversão dos judeus em 1496. Deste artigo, faz parte um anexo que apresenta uma compilação de documentos medievais que fazem referência à atribuição de casas, terrenos, e a própria Sinagoga, por aforamento Real assegurando desta forma a presença judaica na Guarda e a sua integração na paisagem social e urbana. Documento completo em: 
mun-guarda.pt/municipio/governacao/cultura/Judiaria-da-Guarda/