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Descobrir a Guarda

Itinerário III

Roteiros Turísticos

itinerário III

Abandone a Praça Velha pela Rua do Comércio, antiga Rua dos Mercadores. Facilmente se entende a denominação: são múltiplos e variados os estabelecimentos comerciais… prossiga até ao Largo João de Almeida. O local onde a Igreja da Misericórdia se encontra, implantou-se outrora a segunda catedral da Guarda, mandada construir por D. Sancho II e derrubada por D. Fernando nos finais do século XIV. O início da construção do atual edifício remonta ao final do século XVI, igreja de planta longitudinal, de escala monumental e nave única, à qual seria adossado o edifício do Hospital, já no século XVIII. Também deste período (Época Barroca) podemos observar a fachada principal, na qual foi rasgado o portal de acesso, em arco abatido, enquadrado por ornatos barrocos e sobreposto pelas armas reais de D. João V. No topo da fachada um nicho abriga a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. No mesmo largo está o Cruzeiro do Bonfim. Na rua Alves Roçadas situam-se os antigos Seminário e Paço Episcopal. O conjunto arquitetónico começou a ser construído em inícios do século XVII, no reinado de Filipe I de Portugal, sob a égide do Bispo da Guarda D. Nuno de Noronha. Trata-se de um amplo conjunto arquitetónico, de planta em U, no centro do qual foi construída a Capela do Paço Episcopal, ladeada a sul pelo corpo do antigo Seminário onde se encontra instalado o Museu da Guarda, e a Norte o antigo Paço Episcopal, atual Paço da Cultura. Inserido no Estilo Chão, uma corrente estética da Contra-Reforma, exibe fachadas de grande austeridade, despojadas de quaisquer elementos decorativos, à exceção da cornija, onde se inserem típicas gárgulas de canhão, e dos brasões de diferentes bispos que suportaram os custos da sua construção ou remodelações. Entre no Museu. Entre outras peças valiosas, merecem atenção duas espadas da Idade do Bronze – 1400-900 A. C. -; das escavações efetuadas junto à Igreja do Mileu, ficaram peças de cerâmica e epigráficas; veja ainda o túmulo medieval e uma sala de armas dos séculos XVII a XIX. Não saia sem admirar a estátua em granito policromo de Nossa Senhora da Consolação; um S. Francisco, em granito, proveniente do Convento com o mesmo nome; os quadros de André Reinoso, Frei Carlos e da Oficina Grão Vasco; o altar do séc. XVI da oficina de João de Ruão, os painéis de um altar do século. XVII. A secção etnográfica documenta as atividades agrícola e pastoril da região. Habitualmente o Museu organiza exposições de arte popular e erudita. Um painel de azulejos nas escadas de S. Pedro, evocam Frei Pedro da Guarda que integrou a comunidade do Convento de S. Francisco. Dá o nome a uma fundação da cidade. Ganhou a ternura dos Guardenses pela vida que guiou pelo amor franciscano.  Se prosseguir pode descansar no Jardim José de lemos. No centro, um monumento lembra os mortos na Primeira Grande Guerra. Ao fundo do jardim, repare no Antigo Convento de São Francisco. O edifício que hoje podemos admirar, e onde funciona atualmente o Arquivo Distrital da Guarda, é fruto de diversas reconstruções do edifício primitivo medieval. Fundado ainda no século XIII, o antigo Convento de S. Francisco da Guarda, de frades franciscanos, mendicantes, foi construído em local afastado das muralhas medievais da cidade. Desta época são ainda visíveis as marcas de canteiro na fachada exterior norte. Mas a atual arquitetura é sobretudo enquadrável nos séculos XVI e XVII. No interior deste conjunto arquitetónico destaca-se a igreja, um pátio fechado e o claustro do convento, dominado por uma fonte de tanque circular, com coluna rematada por esfera armilar. Continue na Rua Batalha Reis, num espaço ajardinado, miradouro, verá a homenagem da cidade ao Dr. Lopo de Carvalho, um dos fundadores e primeiro diretor do Sanatório Sousa Martins.  Cidade de ar limpo, puro, a Rainha D. Amélia, Sousa Martins e Lopo de Carvalho mandaram construir o Sanatório. Foi inaugurado em 1907. Numa mata de pinheiro e abetos cresceram pavilhões para receber doentes e outras estruturas de apoio. Extintos os sanatórios, o Hospital Distrital da Guarda transferiu-se para este espaço. Se o tempo permitir, demore-se no espaço esplanada no Largo de Santo André; aproxime-se do belo Chafariz setecentista (da família Refoios Saraiva) transladado da Vela para a Guarda. Porta Torre dos Ferreiros, era uma das quatro entradas na cidade que permitia o acesso e circulação entre o espaço amuralhado e o arrabalde que se constituía a nascente. Protegida A por uma imponente torre, no seu interior encontramos uma das suas particularidades: uma entrada em cotovelo, com três portas, uma delas de guilhotina, que quando encerrada, a tornava inexpugnável. Uma curiosidade é a elevada quantidade de silhares que apresentam marcas/símbolos de canteiros, que permitiam identificar a autoria dos vários pedreiros e assim determinar o valor a pagar a cada um. A subida no elevador panorâmico até ao cimo da Torre permite contemplar uma paisagem deslumbrante.   Na Rua dos Clérigos, transversal à Rua da Torre, ainda existe a casa conhecida como  a casa mais antiga da cidade – trecentista – e as habitações do séc. XIV. No extremo da rua encontre a Capela do Solar Alarcão. A fachada os tenta o campanário e sineta, brasão e uma inscrição que assinala a data da construção do solar – 1686. Tem uma galeria coberta e escadaria com corrimão de pedra. Este solar integra serviços de Turismo de Habitação. Se quiser, pode repousar aqui… Do extremo da rua vê-se a Torre de Menagem e o edifício onde esteve instalado o Liceu Nacional da Guarda, desde 1927 (na Guarda o ensino liceal foi criado em 1855; o Magistério Primário em 1898). No local erguera-se o Convento de Santa Clara (séc. XIV). Em frente, na Rua do Encontro, destaca-se o solar seiscentista da Condessa de São João das Areias, com brasão: é o atual Paço Episcopal da cidade.