Descobrir a Guarda
Itinerário I
Roteiros Turísticos

Ao entrar na cidade da Guarda, vindo das estradas de Vilar Formoso e da Estação, pare na Igreja românica de Nossa Senhora do Mileu. O conjunto histórico da Póvoa do Mileu, implantado numa pequena plataforma sobre o Rio Diz, compreende importantes vestígios de edifícios do período romano, a capela românica dedicada a Nossa Senhora do Mileu e o pequeno cemitério adjacente, bem como uma habitação de características rurais. Elemento comum a todas estas estruturas é o adro da capela, muito espaçoso, durante séculos ocupado nos dias de festa por gerações e gerações de romeiros e devotos da padroeira. Suba até à cidade e detenha-se na Praça Velha. Ou praça Luís de Camões. Ainda na Praça Luís de Camões, entre a cidade eclesiástica e a cidade laboriosa, a Praça Luís de Camões – a antiga Praça Velha – proporciona de há muito o espaço público mais central e mais concorrido, concentrando, secularmente, a presença do poder religioso, a Sé Catedral, e do poder civil, o edifício dos antigos Paços do Concelho, datado de 1570, com funções administrativas, políticas e judiciais. Ao redor destes imponentes imóveis encontra-se o casario nobre, pertença de famílias abastadas, de que são exemplo o Solar dos Póvoas, onde se encontra o Turismo da Guarda, mas também o conjunto arquitetónico seiscentista conhecido como o Edifício dos Balcões. Com a transferência da sede de Bispado de Idanha-a-Velha para a Guarda, em 1203, por influência de D. Sancho I, foi necessário promover a construção de uma Sé Catedral. Nada se sabendo do edifício primitivo, a construção da atual Catedral iniciou-se a partir de 1390, mas, dada a envergadura do projeto, as obras arrastaram-se e o edifício só foi terminado em pleno contexto manuelino, em inícios do século XVI. A catedral, orientada no sentido Este-Oeste, de acordo com a norma tradicional, tem a sua fachada principal naturalmente virada a Ocidente. É ladeada por dois torreões muito reforçados, de planta octogonal. O portal, de recorte tipicamente manuelino - como todo o conjunto desta fachada – é encimado por um nicho que abriga desde o século XVI a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da cidade da Guarda. Todavia, a entrada mais utilizada é a que fica sobre a Praça Luís de Camões, na fachada Norte. Nesta fachada, a mais emblemática da cidade, o que lhe dá um valor icónico singular, abre-se um típico portal gótico encimado por um janelão de estilo já manuelino, constituindo este conjunto um dos mais belos complexos arquitetónicos dos séculos XV-inícios do século XVI. O interior da Sé, de grande clareza compositiva, é de conceção gótica, com uma nave central e duas naves laterais, em articulação com um transepto muito desenvolvido e com uma cabeceira de desenho muito puro, a parte mais antiga do complexo arquitetónico e, como tal, é a mais próxima do que seria o projeto inicial da sé da Guarda, vinculado aos preceitos do gótico mais puro e elegante. Merece relevo o retábulo monumental do altar da cabeceira, esculpido em pedra de Ançã e atribuído à escola de João de Ruão. Este retábulo representa episódios da Vida de Cristo, que se iniciam com o Nascimento e terminam com a Paixão. Nas naves laterais duas capelas particulares merecem referência, a Capela dos Ferros e a Capela dos Pinas. Esta última, de portal Renascentista, contém no seu interior a estátua jacente de João de Pina, sobrinho do famoso cronista régio e Guarda-Mor da Torre do Tombo Rui de Pina. Partindo da Praça Velha contorne a Sé pela esquerda: ladeie o Largo Dr. Amândio Paúl, tome a rua estreita que dá acesso ao Solar Teles de Vasconcelos, O nome lê-se na fachada; num dos três corpos do edifício está o brasão. Ao lado deste Solar existe a comissão vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) Foi criada a 17 de agosto e iniciou a sua atividade a 14/02/1994. Tem como missão a certificação, controlo e promoção dos produtos vínicos com direito à dominação de origem aumentar a notoriedade e visibilidade dos vinhos da Beira Interior.